Tecelagem

Um dos cenários montados pelas especulações políticas das últimas semanas é uma provável aliança do bloco PTB-PR com o PMDB.


O cenário seria uma chapa majoritária com Jader Barbalho para o governo e Duciomar Costa para uma das vagas do Senado: aí estariam contemplados o PMDB e o PTB.


O PR seria o partido que venceria um cargo majoritário sem disputar a eleição: Anivaldo Vale, o atual vice-prefeito, com a renúncia de Duciomar Costa para concorrer ao Senado, assumiria a prefeitura de Belém.


Advogo que a segunda vaga ao Senado, ou a vaga de vice-governador, seja oferecida ao DEM, que tem o nome de Valéria Pires Franco como um forte reforço na composição.


Especulam os que duvidam da composição, que Jader Barbalho não é candidato a governador em hipótese alguma: ele não correria o risco de ficar sem mandato com “os processos que tem”.


Desmistifico este fundamento. Jader Barbalho poderia considerar uma dezena de motivos que o desaconselhassem a ser candidato a governador do Pará, menos o temor de ficar sem mandato.


É ingenuidade conjuntural intuir que um político da envergadura de Jader Barbalho cogite recuar de uma candidatura por este tipo de eventualidade.


O peso específico de maior massa para que o cenário acima seja de complicada engenharia está no bloco PTB-PR, mais especificamente na decisão do prefeito Duciomar Costa.


Embora as chances do atual prefeito de Belém se eleger senador na circunstância narrada sejam de probabilidade considerável, pesa em sua decisão o fato de renunciar ao maior cargo executivo da capital do Pará, em um mandato que apenas inicia a sua metade.


Em favor da composição conspira o fato da geografia ser localizada em uma chapa que apóia a candidatura de Dilma Rousseff: PMDB, PTB e PR, são aliados do PT a nível nacional.


Não tenho dúvida, contudo, que esta é uma das mais bem articuladas composições já imaginadas pelas especulações que ora proliferam, e caso ela venha a se consolidar, há real chance de vitória em primeiro turno.

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