Atendimento médico na capital é uma vergonha

Médico nega cirurgia a preso no PSM da 14 de Março .O detento tinha cirurgia marcada, mas acabou não sendo operado.

O detento Marco Aurélio da Silva Lopes, que está preso no Presídio de Marituba II (PEM II), deveria ter sido submetido a uma cirurgia na tarde de ontem, no Pronto-Socorro da 14 de Março, onde o procedimento estava agendado. No entanto, teve o atendimento negado pelo médico traumatologista Rubens Brandão, que declarou não atender presidiários.“Ele disse que se recusava a atender esse tipo de paciente e que o máximo que ele poderia fazer era internar o detento e que o próximo médico de plantão faria a cirurgia”, falou a técnica em enfermagem Cristina Reis, da Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe), que acompanhava o detento.Além de ter se recusado a fazer a cirurgia, o médico também foi acusado pelos funcionários da Susipe, que estavam na escolta, de tê-los destratado. “Ele desrespeitou o nosso trabalho, pois fomos deslocados até o hospital, estávamos com o encaminhamento e tudo, e ele fez isso”, questionou a técnica, que chegou a registrar ocorrência sobre o fato na Seccional do Comércio.O policial militar Roberto Rodrigues, que também estava na escolta, ficou indignado com o tratamento dado pelo médico. “Era preciso que, nesse momento, tivesse profissionais da OAB e do Ministério Público no hospital, para constatar esse tipo de desumanidade e desrespeito que partiu de um médico. Isso é um absurdo!”, declarou o policial.O DIÁRIO foi até ao Pronto-Socorro da 14 de Março e ouviu o médico, que se limitou a dizer que o caso já tinha sido comunicado ao diretor do hospital. “Eu não tenho nada para falar, já comuniquei o caso para o diretor do hospital e, outra coisa, o preso está internado aqui”, falou Rubens Brandão.O delegado de plantão na Seccional do Comércio, Sandro Castro, fez o registro do boletim de ocorrência e disse que a diretora da seccional é quem vai decidir os próximos passos. No boletim não está identificado o nome do médico, pois os funcionários da Susipe não conseguiram identificá-lo de imediato.

Fonte: Diário do Pará